O HD deve ser identificado se está no PS3 correto, e depois liberar os arquivos necessários para que comece o carregamento do sistema operacional do console. O HD é fracionado em várias camadas, com o “bootflag.dat” sendo o primeiro arquivo a ser lido a cada start-up, depois é a hora do DRM e só então, os arquivos de jogo. Vários arquivos que se encontram nesses estágios tornam muito complicada a quebra de segurança, e a falta de qualquer um desses arquivos faz com o PS3 seja incapaz sequer de dar boot.
Mesmo que a segurança até esse nível seja quebrada, é hora de enfrentar as barreiras impostas pelo próprio sistema. Todos estamos carecas de saber que o PS3 é um monstro com um coração composto de 7 cells rugindo dentro dele. A coisa fica complicada para os hackers devido ao fato que somente 6 desses 7 cells são acessíveis. O sétimo cell é inacessível para qualquer outra pessoa de fora do time interno da Sony. Nem mesmo desenvolvedores de jogos parceiros possuem esse acesso.
A pergunta de milhão de rupees é a seguinte: “o que esse cell faz de tão importante para que possua tamanha restrição de acesso”?
Resumindo, esse último cell é o responsável pelo funcionamento do console em si. Ele executa o boot do sistema, checa a segurança do console, e mantêm o sistema operacional em funcionamento enquanto joga, assiste um filme, escuta música ou o que mais der na telha.
Lembra alguns parágrafos atrás, quando eu disse que o PS3 verifica se está com o HD correto? Esse é o ponto. O sétimo cell verifica tudo o que precisa ser desbloqueado ou codificado, certificando que tudo o que está no PS3 realmente pertence a esse PS3, restringindo a troca de HD’s entre usuários ou o uso de cópias não autorizadas de jogos. E apesar desse cell se comunicar com todos os outros, ele não é sequer acessível por qualquer outro meio como os demais, tornando-o completamente seguro contra ataques externos.
Se algum dia conseguirem quebrar essa barreira e obtiverem acesso ao sétimo cell, há outra barreira esperando pelos intrépidos e persistentes hackers: Blue-ray. O leitor Blue-ray (também conhecido como BD) do PS3 não é comum, mas foi desenvolvido para funcionar de maneira dedicada no PS3. Cada disco seu de BD é codificado de maneira mais segura do que um DVD, possuindo uma chave em 128-bit que o identifica e que precisa ser lido de uma maneira específica para rodar. Já ouviu falar em Eboot.bin?
Esse arquivo Eboot.bin é o que, literalmente, “esconde” todos os dados necessários para jogar ou assistir um filme. As lentes do leitor de BD lêem essa camada e a decodificam para o tipo arquivo necessário como .SELF ou .ELF para jogos. Mesmo que esse código seja hackeado, ainda há a barreira de se encontrar um modo de fazer um arquivo específico rodar sem haver um disco inserido no console. Não há meios de se fazer como em alguns hacks de PSP em que se troca um disco por outro. Na próxima vez que colocar um BD no PS3, pode ficar de boca aberta, tudo isso é feito em meros segundos!
Ah, e tem os updates de firmware. Eles também são muito importantes para a segurança de seu console, sabia? Sempre que a Sony descobre algum movimento ameaçador por parte da comunidade hacker, ela solta alguma atualização do sistema. E essa atualização é necessária para acessar a PSN de forma segura. Quando você entra na PSN, seu firmware é registrado e checado. Se houver alguma coisa diferente e o firmware não ser considerado original, ocorrerá o banimento do console da rede da Sony.
Poderá o PS3 ser “desbloqueado” um dia?
Depende do quanto se descobrir sobre o sétimo cell e essas demais barreiras. O ponto é que PS3 é a máquina mais segura do mercado, e acredita-se de que irá permanecer assim ainda por um bom tempo!